quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Feliz Natal e Feliz 2011 ao povo cearense!

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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Betânia Andrade ministra palestra sobre O PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE no 1º seminário de valorização das Mulheres Assentadas de Santana do Acaraú


 Betânia Andrade (coordenadora do CEAT), Gema Galgane (Professora da UFC), Sandra Farias (Coordenadora do Terra 3),Edmilson Lira (presidente do assentamento de Alvaçã Goiabeira).

Betânia Andrade é recebida com grande emoção e carinho pelos amigos de Santana do Acaraú na última reunião ordinária de 2010 do Partido dos Trabalhadores - PT que aconteceu domingo (12/12/2010).Obrigado pela confiança




 Betânia Andrade (coordenadora do CEAT), Adail,Acácio Nascimento presidente do PT.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Imprensa: Governo quer aumentar presença da agricultura familiar na merenda: concentrando quase 60% dos recursos da merenda escolar, as grandes cidades receberão tratamento específico

        
                   Para avaliar as compras da agricultura familiar para a alimentação escolar em 2010 e traçar estratégias para ampliá-las no próximo ano, o comitê gestor e grupo consultivo para implementação da Lei nº 11.947/2009 reuniu-se nesta terça-feira, 7, na sede do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em Brasília.

                   Segundo a coordenadora de agricultura familiar do Programa Nacional de Alimentação Escolar, Maria Luiza Silva, até outubro, 1.576 cidades brasileiras compraram gêneros alimentícios diretamente destes produtores. Uma das propostas apresentadas para aumentar o volume de aquisições é dar um tratamento específico às grandes cidades, que concentram quase 60% dos recursos da merenda escolar. “O desafio é enorme, pois os agricultores familiares estão longe dos grandes centros, o que torna a logística bastante complexa”, disse o representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Arnoldo Campos.
 
                        GT – Na reunião, foram criados dois grupos de trabalho. Um deles vai discutir as condições sanitárias ideais dos produtos oferecidos pelos pequenos produtores. Além de membros do grupo consultivo, integrarão este GT técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O outro vai estudar a maneira de aperfeiçoar a resolução que regulamenta a lei, com foco na formação de preços e na prestação de contas. Os dois GTs apresentarão seus resultados em reuniões marcadas para os dias 24 e 25 de janeiro.

               Foi anunciada, também, a criação de um sistema de avaliação do cumprimento do uso de 30%, no mínimo, dos recursos do PNAE na compra de alimentos saídos da agricultura familiar. Esse mecanismo ajudará o FNDE a analisar, caso a caso, as prestações de contas de estados e prefeituras. 

              Problemas com documentação dos agricultores, necessidade constante de assistência técnica e capacitação, escoamento da produção, transporte e armazenamento dos produtos também estiveram na pauta da reunião.

             Comitê gestor – Instituído pela Portaria Interministerial nº 450, de 29 de outubro de 2010, o Comitê Gestor é formado pelo FNDE, pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário, da Pesca e Aquicultura e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Também integra o comitê o grupo consultivo, composto por 14 entidades da sociedade civil, o que garante a pluralidade nas discussões.
Por: ASCOM-FNDE (Brasília).
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Betânia Andrade Coordena Encontro de Avaliação e Planejamento do CEAT para o ano de 2011


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

ASA é um dos vencedores da 16º Prêmio Direitos Humanos.


               A Secretaria de Direitos Humanos, da Presidência da República (SDH/PR), divulgou na última sexta-feira (19) a relação dos vencedores do 16º Prêmio Direitos Humanos, evento que é realizado anualmente. Um dos vencedores é a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA), na categoria Enfrentamento à Pobreza. A entrega do prêmio será realizada no dia 13 de dezembro, em Brasília - DF, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Paulo Vannuchi. O prêmio é a mais alta condecoração do Governo Brasileiro a pessoas e entidades que se destacam na defesa e promoção dos direitos humanos, bem como no enfrentamento e combate às violações.

            "Para a ASA é uma honra receber tal prêmio. É um reconhecimento público do trabalho que a gente vem fazendo para mostrar que o semiárido brasileiro é viável; que seu povo é capaz, forte, inteligente, inovador; que a sociedade civil é capaz de propor e gerir políticas públicas, a exemplo dos programas Um Milhão de Cisternas e Uma terra e Duas Águas, desenvolvidos pela ASA", comemora Naidison Baptista, coordenador da ASA. 

            "Hoje, a rede, junto com seus parceiros, especialmente o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e o governo federal, através do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), mostra que com políticas públicas adequadas é possível enfrentar a fome, a miséria e a pobreza", avalia. "Nós ficamos felizes por esse prêmio e mais ainda por ser na categoria Enfrentamento à Pobreza", conclui. 

             Nos últimos anos, a ASA tem conquistado inúmeros prêmios, entre eles o Prêmio Sementes, da Organização das Nações Unidas (ONU); o Prêmio da Agência Nacional de Águas (ANA); o Prêmio Josué de Castro, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS); o Prêmio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa); e o Prêmio ODM - Objetivos para o Desenvolvimento do Milênio. 


Fonte: Com informações da SDH/PR e ASA

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Betânia Andrade e o Deputado Federal do PT- Eudes Xavier reafirmam parceria em prol do desenvolvimento sustentável do Semiárido.

CEAT e Sindicato dos/as Trabalhadores/as Rurais de Santana do Acaraú discutem assessoria de comunicação com a LEME Comunicação de Fortaleza.

Edvaldo Filho - jornalista, Betânia Andrade - Coordenadora Executiva-CEAT, Acácio Nascimento presidente do Sindicato e demais diretores/as.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Betânia Andrade em entrevista na Rádio Coqueiros FM no Programa Tribuna do Povo

                                         Betânia Andrade (Coordenadora do CEAT)


Betânia Andrade (Coordenadora do CEAT), Paulo Roberto (Radialista)
 
quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Coordenadora Executiva do CEAT – Betânia Andrade – participa de reunião com Secretarias de Educação de Massapê e Santana do Acaraú para discutir Projeto: Cisternas nas Escolas Rurais



      O Centro de Estudos e Apoio ao Trabalhador e à Trabalhadora – CEAT - organização que faz parte da ASA – Articulação no Semiárido Brasileiro está responsável, sob a coordenação de Betânia Andrade, pela execução, na região Norte, do mais novo projeto intitulado: Cisternas nas Escolas. 

O projeto está na fase de mobilização dos atores sociais que responderão pela sustentabilidade futura do projeto - prefeitura, comunidade escolar, comunidades nas proximidades da escola, organizações da sociedade civil, fóruns municipais da ASA, Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, dentre outros. 

A seleção das escolas foi feita a partir de um levantamento de 2007 do Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A pesquisa traçou um mapa das escolas a partir de seu acesso à água. As escolas sem nenhum tipo de abastecimento serão as primeiras atendidas pelo projeto Cisternas nas Escolas.

Serão construídas, nessa fase do projeto, 25 cisternas com capacidade de armazenar 52 mil litros de água/cada, nos municípios de Massapê e Santana do Acaraú. 

            A coordenadora Executiva Betânia Andrade já realizou reuniões com as Secretarias de Educação dos municípios supracitados para firmar parcerias.



 Sr.João Neto (Coordenador Pedagógico), Sra. Maria Penha (Secretária de Educação de Massapê) e Betânia Andrade (Coordenadora  Executiva do CEAT).

Agronegócio escraviza milhares de trabalhadores no campo

As culturas da cana, soja e do algodão, a pecuária, as carvoarias e o desmatamento da Floresta Amazônica são as atividades preferidas dos exploradores do trabalho escravo.

Por Lúcia Rodrigues

A impressão que se tem é a de que se está entrando no túnel do tempo e retornando alguns séculos no calendário gregoriano. Aos olhos dos mais desavisados, pode parecer estranho e até mesmo irreal que ainda hoje existam pessoas sendo submetidas à escravidão em nosso país. Mas infelizmente essa gravíssima violação aos direitos humanos é uma dura realidade no Brasil do século 21.

Milhares de pessoas ainda são submetidas a trabalho forçado e a condições degradantes no campo e na cidade. Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 2005, estimava em 25 mil o número de trabalhadores mantidos em condições análogas a de escravos no país. Destes, 80% atuavam na agricultura e 17%, na pecuária.

Os números do organismo internacional, no entanto, parecem estar subdimensionados se levarmos em conta o total de trabalhadores libertados pelos agentes do governo federal na gestão do presidente Lula. De 2003 a maio de 2010, foram retirados da condição de escravos 31.297 pessoas, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

A prática criminosa não está restrita apenas ao Brasil e se espalha pelos continentes. A OIT detectou no mesmo ano, que mais de 12 milhões de trabalhadores eram vítimas da sanha de latifundiários e empresários inescrupulosos pelo mundo.

O fenômeno da globalização nos anos 90 foi decisivo para abrir as fronteiras dos países ao capitalismo em escala mundial. As transações comerciais e financeiras disseminaram ainda mais a busca pelo lucro rápido e exponencial. A maneira encontrada por esses patrões, para reduzir o preço final de seus produtos, se deu pela drástica redução do custo-trabalho.

Os escravagistas do século 21 não prendem mais seus trabalhadores ao tronco e nem infligem chibatadas. A escravidão contemporânea tem suas particularidades, mas nem por isso esses patrões deixam de ser considerados escravocratas. O artigo 149 do Código Penal brasileiro é absolutamente claro na definição do que seja praticar escravidão nos dias de hoje.

“Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”, afirma o texto penal.

Apesar de soar extemporânea, a prática escravista está arraigada no cotidiano brasileiro mais do que se pode imaginar. “É uma mentalidade da elite econômica e política do país”, afirma o senador José Nery (PSOL-PA), que preside a Frente Parlamentar Mista pela Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil.

Segundo o senador, a bancada ruralista no Congresso Nacional impede há 15 anos a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para coibir a prática criminosa. Neste momento, tramita na Câmara dos Deputados a PEC 438 em defesa da erradicação do trabalho escravo no país. A PEC 438 já foi aprovada em primeira e segunda votação no Senado e em primeira, na Câmara, e aguarda a ida ao plenário para a segunda votação. O dispositivo é necessário para que a matéria possa se transformar em lei.

O sucesso de sua aprovação ainda este ano está ameaçado. “Apresentamos 280 mil assinaturas ao presidente da Câmara dos Deputados (Michel Temer) e a todos os lideres partidários pedindo a urgência na votação da PEC. Mas as lideranças do governo estão criando várias dificuldades. Dizem que não querem discutir e votar matérias polêmicas no período pré-eleitoral. Ora é nossa obrigação aprovar toda e qualquer matéria que diga respeito à dignidade e ao bem-estar das pessoas. Não concordo com esse tipo de atitude que impede a legislação de avançar no combate ao trabalho escravo no Brasil”, ressalta Nery.

O parlamentar quer pelo menos incluir a matéria na pauta de votação da Câmara logo após o término do segundo turno das eleições. “Estamos tentando arrancar do presidente da Câmara e dos líderes partidários esse compromisso.”

O secretário de políticas sociais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Expedito Solaney, é menos otimista que Nery. O sindicalista considera que a PEC só será votada na próxima legislatura. “Entre por na pauta e não aprovar é melhor jogar para a frente. É melhor recuar taticamente. O Congresso é muito conservador, a maioria é ruralista”, afirma.

Pelo texto da PEC 438, as propriedades rurais e urbanas que forem flagradas com trabalhadores escravos serão expropriadas para efeito de reforma agrária no campo e destinadas a programas sociais de moradia popular em áreas urbanas.

O arco de alianças eleitoral e da base de sustentação do governo, além de interesses econômicos dos parlamentares, impede que a matéria avance com celeridade em Brasília. Apesar de ninguém defender publicamente o trabalho escravo, na prática ele é tolerado.

O ex-presidente da Câmara, deputado Inocêncio de Oliveira (PR-PE), que teve propriedades flagradas por auditores fiscais do trabalho com a prática da escravidão, não sofreu nenhum tipo de punição até hoje. Oliveira chegou a ocupar algumas vezes o cargo de presidente da República durante o mandato de Itamar Franco.

Mais recentemente o senador João Ribeiro (PR-TO) também foi acusado de se utilizar de trabalho escravo dentro de sua propriedade. O Ministério do Trabalho e Emprego não divulga mais detalhes sobre o andamento do caso, apenas afirma que informações sobre pessoas físicas e jurídicas só podem ser divulgadas após o término do processo administrativo.

O Ministério também mantém uma lista com o nome de quem usa o trabalho escravo no País. A lista suja, como é conhecida a relação de escravagistas, é atualizada semestralmente e pode ser consultada em http://www.mte.gov.br/trab_escravo/lista_suja.pdf

CPT X latifúndio
Para o bispo emérito de Goiás e membro da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Dom Tomás Balduino, o trabalho escravo ainda não foi erradicado do Brasil porque mexe com os interesses dos aliados políticos do governo Lula. O mesmo argumento é utilizado para explicar a não realização da reforma agrária no país.

“Por que não há reforma agrária? Porque mexe na terra dos aliados do governo. É uma lógica fácil de entender. O trabalho escravo cresce com o agronegócio, que é a menina dos olhos da política governamental. Apesar de ter apresentado um plano de erradicação para o trabalho escravo, o governo continua elogiando os usineiros, chamando-os de heróis. A concentração do capital em poucas mãos com o apoio governamental está criando uma desigualdade social brutal. O Brasil é o segundo país do mundo em concentração de terra, em latifúndio. Só perde para o Paraguai”, critica o religioso.

Dom Tomás cita o caso da Cosan, holding do setor sucroalcooleiro, que utiliza trabalho escravo em suas usinas, para demonstrar a falta de compromisso do agronegócio com a dignidade humana.

A Cosan é a maior empresa produtora de açúcar e álcool do mundo. É proprietária das marcas do açúcar União e Da Barra. Em dezembro de 2008, a companhia também passou a controlar a operação de ativos da distribuição de combustíveis da Esso. E assumiu o controle da produção e distribuição dos lubrificantes Mobil. Além dos setores de alimento e combustíveis, a Cosan também atua na área de produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana de açúcar.

O exemplo de pujança que a empresa tenta demonstrar mascara uma realidade nada agradável. A Cosan engrossa a lista suja de empresas que utilizam trabalho escravo em suas unidades, divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A companhia ingressou no ranking escravista no final do ano passado. Seus advogados se apressaram e obtiveram liminar na Justiça para retirá-la da lista suja. O Ministério tenta agora cassar a liminar expedida, para inseri-la novamente na lista dos escravagistas.

Ícone do desrespeito às normas mais elementares da dignidade humana, a Cosan é responsável, em parceria com a ExxonMobil, pelo patrocínio do principal prêmio do jornalismo brasileiro: o Prêmio Esso.

A empresa que pratica escravidão em suas propriedades também tem em seu Conselho de Administração um ex-ministro da Fazenda. Maílson da Nóbrega integra seu conselho administrativo desde dezembro de 2007.

Repressão
Os auditores fiscais do trabalho sentem na pele o peso da repressão dos latifundiários escravistas enfurecidos com aqueles que atravessam seus caminhos. A presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Rosangela Silva Rassy, relembra a chacina de Unaí, município mineiro, onde quatro funcionários do Ministério Trabalho foram assassinados, a mando do prefeito da cidade, Antério Mânica (PSDB), quando inspecionavam terras de sua propriedade, em 28 de janeiro de 2004.

Até o momento ninguém foi julgado. “É um negócio difícil de a gente entender. Ninguém foi punido. Foram nove indiciados, mas só dois estão presos (os acusados de serem os executores). Os mandantes foram os primeiros a serem soltos, dois empresários: o prefeito e seu irmão. Com certeza, se valeu do cargo. Inclusive o processo dele corre apartado dos demais, porque se beneficia da imunidade parlamentar”, revela Rosangela.

Logo após os crimes de Unaí, as fiscalizações foram suspensas naquela área por medida de segurança. “Ninguém ia lá. Isso é tudo o que o mau empresário quer. Há uma certeza de impunidade”, enfatiza a sindicalista.

Depois desses assassinatos, o Congresso aprovou o porte de arma para os auditores fiscais do trabalho. Mas para que a lei entre em vigor, precisa ser regulamentada pelo Poder Executivo. “É uma lei inócua, porque até hoje não foi regulamentada.”

Para o delegado da Polícia Federal e chefe da Divisão de Direitos Humanos do órgão, Delano Cerqueira Bunn, os assassinatos praticados em Unaí demonstram que o crime organizado está enraizado no trabalho escravo.

“Estamos mapeando as rotas dessas organizações criminosas que praticam crimes financeiros, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha. A realidade do trabalho escravo está presente em todas as regiões do país, tanto urbano quanto rural. É rentável para o grande empresário e inversamente proporcional a imagem do Brasil no cenário internacional.”

O delegado Delano destaca a força política exercida pelos fazendeiros nessas regiões. “São pessoas influentes que têm poder de mando na política local e nas estruturas de segurança pública.”

Rosangela também critica o número reduzido de auditores do trabalho para a fiscalização de todo o país: 2.899. O sindicato da categoria defende a realização de concursos públicos para resolver o problema. “Hoje existem 750 cargos vagos, porque as pessoas morrem, se aposentam. No mínimo o concurso deveria preencher essas vagas.” O Estado do Pará, que é recordista em trabalho escravo, possui apenas 105 auditores fiscais.

Para o secretário executivo da Comissão Nacional Para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), vinculada à Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, José Guerra, a pobreza faz com que o trabalhador aceite qualquer coisa e se torne presa fácil de aliciadores.  Esses trabalhadores derrubam matas para fazer pasto, para fazer carvão, cortam de cana, lidam com o gado, arrancam tocos, fazem o trabalho sem qualificação”, diz.

Ele considera que o combate a essa prática depende de “se acabar com a extrema pobreza, qualificar as pessoas, dar educação e reforçar a punição aos empresários – para que não acreditem que vale a pena explorar o trabalho escravo.”


Capital paulista abriga escravidão

Prática criminosa cresce no coração do capitalismo com utilização de mão de obra sulamericana na indústria de confecção.

Se engana quem pensa que o trabalho escravo é uma característica apenas dos rincões mais afastados das áreas urbanas. Apesar de um maior número de trabalhadores escravizados se encontrarem na zona rural, a prática criminosa se propaga também na principal cidade do país.

A indústria da confecção desponta como a principal área de absorção da mão de obra escrava na cidade. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil calcula que a demanda por roupa cresce 3% ao ano. Mas assim como no campo, não há estatísticas oficiais que projetem com segurança o número de pessoas nessas condições, embora se saiba que não são poucas.

A quase totalidade desses trabalhadores vem de regiões empobrecidas da Bolívia e do Paraguai, castigadas no passado recente por décadas de ditadura feroz. “Todos os dias chegam ao Brasil de três a cinco ônibus lotados de pessoas para trabalharem nessas oficinas”, afirma a Defensora Pública Federal, Daniela Muscari Scacchetti.

A precariedade das condições de vida em seus países de origem e a falta de instrução escolar as torna presas fáceis nas mãos de capitalistas escravagistas. Apesar de os atravessadores serem as figuras mais visíveis aos olhos do trabalhador são os grandes magazines os responsáveis pela prática criminosa.

A rede de lojas Marisa, por exemplo, já levou 49 autos de infração dos auditores fiscais do trabalho e foi autuada em R$ 600 mil. “Mas a gente acredita que a imensa maioria da produção têxtil paulista, o que costuma ser comercializado por C&A, Renner, Riachuelo, Pernambucanas, griffes como a Collins, é resultado de mão de obra escrava de trabalhadores sulamericanos”, conta o chefe da Seção da Fiscalização do Trabalho da Superintendência Regional de São Paulo, Renato Bignami.

Além de jornadas extenuantes de trabalho, precarização das condições de trabalho e do cerceamento à liberdade, com ameaças a vida do trabalhador e de seus familiares no país de origem, o valor pago ao trabalhador é irrisório. Para fazer uma camiseta, recebe em torno de R$ 0,40 a R$ 0,50. Um casaco mais elaborado que leva até três horas para ficar pronto pode render no máximo R$ 1,50. A mesma peça é vendida na loja de departamento por R$ 300.

A expropriação da mais valia do trabalhador é avassaladora. Quando flagradas praticando a escravização, essas empresas alegam que não têm controle sobre o fluxo de produção. Afirmam que o trabalho é terceirizado e que desconhecem as condições em que ocorre. “Nossa tese é de que no mínimo (a empresa) é solidária, quando não diretamente responsável. Mas essa é uma discussão jurídica quase eterna e nova. A legislação não é
absolutamente clara, nos casos de terceirização e subcontratação a lei é quase ausente”, enfatiza Renato.

A precariedade das instalações de trabalho dessas oficinas remonta ao início do século passado. Há ambientes improvisados onde funciona a oficina e existe o espaço da cama. O risco de acidentes é iminente. As condições de segurança e saúde são péssimas. As oficinas de costura têm o risco adicional de sofrer um incêndio, por causa de muita fiação exposta e pouca ventilação. Descumprem completamente as normas do Ministério do Trabalho. O mais recente incêndio ocorreu, em fevereiro deste ano, em Bangladesh. Os 21 trabalhadores mortos produziam para a sueca H&M.

As crianças também sofrem muito nessas condições de precariedade total. Geralmente ficam presas dentro de quartos sem lazer e educação, enquanto os pais trabalham nas máquinas. Quando conseguem escapar, se arriscam por entre as polias das máquinas. Se fazem alguma travessura são punidas muitas vezes pelo dono da oficina.

“No caso das lojas Marisa tinha uma mãe com um bebê no colo costurando e dando de mamar ao mesmo tempo. Outro caso envolvendo o magazine era o de uma menininha com cabelo comprido perto da polia (da máquina) que poderia puxá-lo (causando um grave acidente)”, relata o chefe da fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo.

A denúncia que resultou na autuação da Marisa partiu do Sindicato das Costureiras. A fiscalização foi até ao local e encontrou a produção destinada para a loja de departamentos com as etiquetas. “A sociedade precisa saber disso”, destaca a defensora Daniela ao se referir a publicização dos nomes das empresas que se valem do trabalho escravo.

Torneira fechada
Para o coordenador da Repórter Brasil, ONG de defesa dos direitos humanos, Leonardo Sakamoto, uma forma eficaz de combate ao trabalho escravo é informar o consumidor sobre a origem do produto. “O governo tem de garantir a rastreabilidade do produto. Sem a rastreabilidade da cadeia produtiva a campanha é útil, mas pouco eficaz”, diz.

A lista suja do Ministério do Trabalho com o nome das empresas envolvidas em trabalho escravo é hoje uma das principais medidas de
combate à prática, porque traz desconforto e preocupação aos maus patrões. Eles perdem financiamento e contratos.

Os cerca de 200 signatários do pacto pela erradicação do trabalho escravo no país, assinado em 2005, cortam a compra dos produtos dessas empresas escravistas.

Exemplo disso foi a atitude dos hipermercados ao cancelaram a compra de açúcar União e Da Barra, da Cosan, no início do ano porque a empresa utiliza trabalho escravo em suas plantas. Leonardo destaca que desde 2004 os bancos públicos federais não financiam empresas que usam trabalho escravo.

Mas nem todas as empresas estão dispostas a aderir ao pacto da civilidade. “A Teka, Karsten, Hering, Marisol, que têm trabalho escravo em sua cadeia produtiva, não assinaram (o documento).” A Gerdau e todas as montadoras também não assinaram o pacto. “Há trabalho escravo na cadeia do aço”, enfatiza o coordenador da Repórter Brasil.

O chefe da Seção de Fiscalização do Trabalho destaca que na área de construção civil também vem sendo detectada a presença de trabalhadores
em regime análogo ao escravo. “Já ouvi colegas comentando que empreiteiras que estavam trabalhando no PAC tinham trabalho escravo.”

A sociedade também precisa fazer a sua parte para eliminar essa chaga. Parcela de responsabilidade pela perpetuação dessa prática também pode
ser debitada na conta dos consumidores. Muitas vezes a própria demanda da população acaba por conduzir a esse tipo de situação. Renato explica que a moda exibida nas novelas acaba pressionando por uma produção rápida e barata.

“Sai na novela uma roupa indiana, no dia seguinte a consumidora ou o consumidor quer uma, igual. A demanda por esse tipo de roupa faz com que o empresário corra para produzir o mais rápido possível. E produção rápida só é conseguida com precarização da mão de obra. Não tem outro modelo por enquanto”, conclui.
domingo, 4 de julho de 2010

Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Marco/CE realiza eleição para nova diretoria

Betânia Andrade prestigia o 4º Festival da Juventude Rural, promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santana do Acaraú/CE

Betânia Andrade e Deputado Federal Eudes Xavier realizam reuniões nas comunidades do município de Morrinhos para discutir convivência com o semiárido

Comunidade de Olheiros


Comunidade de Bela Vista


Comunidade de Bom Jardim


Espaço Socialista Popular de Morrinhos

 

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Quem sou eu

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Nasci em Massapê/Ceará.Filha de uma família de 13 irmãos/ãs, sendo a caçula.Trabalhei na agricultura e na pesca artesanal do camarão. Fui alfabetizada aos 10 anos de idade e, encantei-me com a arte de aprender. Sou graduada em História e curso Direito; tenho um filho. Entrei no movimento sindical rural com 16 anos de idade. Em 1998 assumi a secretaria municipal de mulheres do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Massapê, ficando até início de 2002.Em 1999 filiei-me ao PT.Fui assessora parlamentar.Eleita conselheira tutelar; fui bolsista da Fundação Carlos Chagas – SP, para trabalhar com grupos de jovens.Estagiária do SOS Corpo - organização feminista de Recife-PE.Desde 2002 passei para a coordenação executiva do CEAT – Centro de Estudos e Apoio ao Trabalhador e à Trabalhadora, com sede em Sobral e atuação em 39 municípios do Ceará, que tem como principal foco a convivência com o semiárido, permanecendo até os dias atuais.Tenho orgulho de Coordenar, na região Norte do Ceará, um dos principais programas sociais–Programa Um Milhão de Cisternas–que viabiliza água potável para as famílias agricultoras que moram em comunidades rurais.